terça-feira, 30 de março de 2010

domingo, 21 de março de 2010

ALIMENTAÇÃO

É freqüente ocorrer anemia, úlcera de estômago, falta de proteínas e certo grau de desnutrição nos pacientes com artrite. Por isso, e porque certos alimentos agravam a doença, é importante seguir uma alimentação adequada. Estes são os resultados que se obtém com os três tipos de dietas:
Onívora à base de carne ou proteínas de origem animal: piora a dor de cabeça e agrava as manifestações inflamatórias nas articulações.
Ovo lacto-vegetariana: Produz certa melhora quando substitui a dieta onívora. O iogurte é o produto lácteo mais tolerado.
Vegetariana: É a que melhores resultados produz, especialmente se for rica em frutas e hortaliças cruas.
Está comprovado que os doentes de artrite reumatóide apresentam um índice elevado de anticorpos para dois tipos de bactérias intestinais: Escherichia coli e Proteus mirabilis. Ambas espécies de bactérias proliferam quando se consome muita carne. A carne contêm elevada proporção de ácido araquídico, um ácido graxo a partir do qual o organismo produz os chamados eicosanóides. Essas substâncias desencadeiam reações inflamatórias.
Uma alimentação à base de frutas e hortaliças cruas proporcionam uma melhoria substancial na evolução da AR, reduzindo a inflamação, a dor, e as deformidades articulares.

Existem muitos tratamentos eficazes para AR, que ajudam a aliviar a dor, como a Hidroterapia, através de banhos, exercícios. Cada pessoa deve procurar seu médico para determinar seu tratamento de uma forma particular.

Pesquisa sobre Artrite Reumatóide revela danos silenciosos

Pesquisa revela que, além dos prejuízos físicos, o portador de artrite reumatóide sofre perdas emocionais e sociais significativas




Os impactos causados pela artrite reumatóide vão muito além da manifestação dos sintomas físicos. Além da dor, rigidez, edema articular e fadiga, o dano emocional e social que a doença causa ao seu portador é revelado através de uma recente pesquisa realizada com 474 pessoas em seis países. Os dados revelam que atividades simples do dia-a-dia dos pacientes foram afetadas significantemente: por causa da doença, 48% apresentam dificuldade para caminhar e mais de 40% têm dificuldade para dormir. O impacto também se estende para a vida profissional: mais de 40% dos que responderam à pesquisa precisaram faltar ao trabalho 10 dias ou mais nos últimos três meses em razão da doença.

Os prejuízos emocionais da doença foram claramente expostos pela pesquisa: 42% dos pacientes se sentem sozinhos na luta contra a doença e mais de um terço dos pacientes acham que a família não entende como a doença afeta sua vida. Além disso, 40% acham que a artrite reumatóide afeta seu relacionamento sexual e um terço acredita que não pode se cuidar ou cuidar de outras pessoas devido aos sintomas. Conduzida pelo instituto de pesquisa Opinion Health e patrocinada pela farmacêutica Roche, a pesquisa foi realizada entre setembro e outubro, quando aconteceu o Dia Mundial de Conscientização sobre a Artrite Reumatóide. Foram entrevistados pacientes da Alemanha, Itália, Espanha, Reino Unido e Canadá, 44% deles com diagnóstico da doença há 5 anos ou mais.


Expectativa

O dado surpreendente da pesquisa, porém, revela que, apesar dos sintomas incapacitantes e duradouros, somente 1 de cada 3 pacientes havia discutido com o médico uma forma de alcançar a remissão prolongada (ou seja, uma parada na atividade da doença que permita realizar as atividades rotineiras sem dor e cansaço constantes). A remissão, no entanto, é a meta do tratamento medicamentoso. Perguntados sobre que resultados gostariam de obter com a terapia, 80% desejam ter menos dor articular e 70% querem que a medicação os ajude a se sentir "melhor" de modo geral. Mais da metade dos pacientes também quer ver uma redução da fadiga e deseja alcançar alívio de longo prazo dos sintomas.

"Essa discrepância entre as expectativas dos pacientes e suas experiências reais com o tratamento ilustra claramente a falta de consciência sobre o que os novos tratamentos podem oferecer aos pacientes com AR. Resultados clínicos recentes demonstram que a remissão é, hoje, uma meta realista para os pacientes. O que precisamos fazer, agora, é garantir que todos os médicos estabeleçam essa meta para seus pacientes e adaptem o tratamento para que ela seja alcançada", afirma Mirela Yunes, gerente médica da Roche.

Estima-se que a artrite reumatóide afete mais de 21 milhões de pessoas em todo o mundo. Trata-se de uma doença autoimune, progressiva, caracterizada pela inflamação da membrana que recobre as articulações. Essa inflamação causa deformidade articular e comprometimento funcional, além de dor, rigidez e edema, podendo levar à destruição irreversível das articulações e invalidez. Além disso, causa sintomas gerais como fadiga, anemia, osteoporose e pode contribuir para a redução da expectativa de vida, por afetar órgãos importantes do corpo. Sua função incapacitante é tão grande que, em 10 anos, menos de 50% dos pacientes conseguem continuar trabalhando ou exercendo suas funções diárias normalmente.

Apesar da artrite reumatóide não ter cura, a eficiência dos novos tratamentos têm cooperado para um melhor controle da doença. Além do tocilizumab - primeiro remédio dirigido especificamente contra a interleucina 6 - a farmacêutica Roche já comercializa outro medicamento biológico - o Mabthera®(rituximabe) - primeiro e único medicamento que age seletivamente nas células B.

Patrícia Gil http://jornalogirassol.com/pagina.php?idnoticia=3029

PARA REFLETIR

Escrito por Regina Brett, 90 anos de idade, em The Plain
Dealer, Cleveland , Ohio

"Para celebrar o meu envelhecimento, certo dia eu escrevi as 45 lições que a vida me ensinou. É a coluna mais solicitada que eu já escrevi."


1. A vida não é justa, mas ainda é boa.

2. Quando estiver em dúvida, dê somente, o próximo passo, pequeno .

3. A vida é muito curta para desperdiçá-la odiando alguém.

4. Seu trabalho não cuidará de você quando você ficar doente. Seus amigos e familiares cuidarão. Permaneça em contato.

5. Pague mensalmente seus cartões de crédito.

6. Você não tem que ganhar todas as vezes. Concorde em discordar.

7. Chore com alguém. Cura melhor do que chorar sozinho.

8. É bom ficar bravo com Deus. Ele pode suportar isso.

9. Economize para a aposentadoria começando com seu primeiro salário.


10. Quanto a chocolate, é inútil resistir.

11. Faça as pazes com seu passado, assim ele não atrapalha o presente.

12. É bom deixar suas crianças verem que você chora.

13. Não compare sua vida com a dos outros. Você não tem idéia do que é a jornada deles.

14. Se um relacionamento tiver que ser um segredo, você não deveria entrar nele.

15. Tudo pode mudar num piscar de olhos. Mas não se preocupe; Deus nunca pisca.

16. Respire fundo. Isso acalma a mente.

17. Livre-se de qualquer coisa que não seja útil, bonito ou alegre.

18. Qualquer coisa que não o matar o tornará realmente mais forte.

19. Nunca é muito tarde para ter uma infância feliz. Mas a segunda vez é por sua conta e ninguém mais.

20. Quando se trata do que você ama na vida, não aceite um não como resposta.

21. Acenda as velas, use os lençóis bonitos, use lingerie chic . Não guarde isto para uma ocasião especial. Hoje é especial.

22. Prepare-se mais do que o necessário, depois siga com o fluxo.

23. Seja excêntrica agora. Não espere pela velhice para vestir roxo.

24. O órgão sexual mais importante é o cérebro.

25. Ninguém mais é responsável pela sua felicidade, somente você..

26. Enquadre todos os assim chamados "desastres" com estas palavras 'Em cinco anos, isto importará?'

27. Sempre escolha a vida.

28. Perdoe tudo de todo mundo.

29. O que outras pessoas pensam de você não é da sua conta.

30. O tempo cura quase tudo. Dê tempo ao tempo..


31. Não importa quão boa ou ruim é uma situação, ela mudará.

32. Não se leve muito a sério. Ninguém faz isso.

33. Acredite em milagres.

34. Deus ama você porque ele é Deus, não por causa de qualquer coisa que você fez ou não fez.

35. Não faça auditoria na vida. Destaque-se e aproveite-a ao máximo agora.
36. Envelhecer ganha da alternativa -- morrer jovem.


37. Suas crianças têm apenas uma infância.

38. Tudo que verdadeiramente importa no final é que você amou.


39. Saia de casa todos os dias. Os milagres estão esperando em todos os lugares.

40. Se todos nós colocássemos nossos problemas em uma pilha e víssemos todos os outros como eles são, nós pegaríamos nossos mesmos problemas de volta.

41. A inveja é uma perda de tempo. Você já tem tudo o que precisa.

42. O melhor ainda está por vir.


43. Não importa como você se sente, levante-se, vista-se bem e apareça.

44. Produza!

45. A vida não está amarrada com um laço, mas ainda é um presente.

terça-feira, 16 de março de 2010

ARTRITE REUMATÓIDE E O TREINAMENTO DE FORÇA DINÂMICA


Resumo



A artrite reumatóide (AR) é uma doença inflamatória crônica, caracterizada pelo envolvimento simétrico de múltiplas articulações. Este trabalho visa demonstrar os benefícios do treinamento de força dinâmica no tratamento da AR. Estudos demonstram que os pacientes com AR têm menor força bmuscular, menos flexibilidade e menor capacidade funcional que os controles saudáveis ,relataram que o treinamento de força dinâmica conduz a um aumento de força e hipertrofia muscular associado a melhoria da capacidade funcional e diminuição da dor nos pacientes de AR. Outro estudo comprovou, após 12 semanas de exercícios de força com peso 2 vezes por semana, que os pacientes aumentaram a força muscular em 45% e apresentaram melhora nos parâmetros de atividades da doença. Conclui-se neste estudo que o treinamento de força dinâmica na AR não aumenta a dor ou atividade da doença e melhora a capacidade funcional.
A AR é freqüentemente progressiva, de etiologia desconhecida, na qual a interação de fatores genéticos, hormonais e imunológicos resultam em manifestações articulares e sistêmicas caracterizando-se pelo envolvimento inflamatório e destrutivo de múltiplas articulações diartrodiais (articulação muito móvel; corresponde a maioria das articulações sinoviais), cursando com diversos graus de incapacitação funcional e importante repercussão social e econômica

A AR é uma forma deformante severa da artrite, que tende a afetar principalmente pequenas articulações do corpo, tais como a dos pés, mãos, joelhos, tornozelos, cotovelos e punhos

INTRODUÇÃO



Para SANTOS (1996), a artrite reumatóide (AR) é uma doença crônica, habitualmente progressiva, que se caracteriza pelo envolvimento simétrico de múltiplas articulações e cursa com diversos graus de incapacitação funcional.

Ela afeta as atividades da vida cotidiana como se vestir, subir escadas, deitar e levantar da cama e andar; podendo diminuir seriamente a autonomia e, por conseguinte, a qualidade de vida.

A AR é mais freqüente em jovens e nos adultos de meia idade, porém pode ocorrer em qualquer idade.

As mulheres participam com 70% dos casos (GOLDING, 1991). Sua freqüência aumenta paralelamente à idade dos pacientes (MANIDI & MICHEL, 2001).

No passado, os médicos freqüentemente aconselhavam os pacientes a repousar e evitar os exercícios. O repouso permanece importante, especialmente durante as crises. No entanto, a inatividade pode acarretar fraqueza muscular, rigidez articular, limitação dos movimentos articulares e diminuição da energia e da vitalidade. Atualmente, os reumatologistas aconselham um equilíbrio entre atividade física e o repouso individualizado de acordo com as necessidades especiais do paciente (NIEMAN, 1999).

A atividade física é comprovadamente importante para preservar ou melhorar a amplitude de movimento das articulações, prevenir a atrofia muscular e aumentar o volume muscular mantendo a integridade da articulação em pessoas saudáveis e reduzindo os danos naquelas com patologias articulares (ROUBENOFF, 1994).

O treinamento de força dinâmica em pacientes com AR resulta em melhoria da capacidade funcional e maior independência nas atividades de vida diária (MINOR, 1991).

O conhecimento do processo da doença e dos princípios e proteção articular devem ser à base de qualquer programa de treinamento para pessoas com AR.


Etiologia



É possível que diferentes estímulos artritogênicos ativem a resposta imunológica em um hospedeiro geneticamente susceptível.

Dentre estes estímulos, são sugeridos diversos agentes infecciosos e substâncias endógenas tais como colágeno proteoglicanos e imunoglobulinas alteradas que funcionaram como auto-antígenos, HARRIS (1990). Segundo GOLDING (1991), as três teorias principais da causa da AR e outros fatores possíveis são:

1. Infecção – sem evidência definida, já que nenhum organismo é encontrado “consistentemente” nas articulações ou sangue.

2. Autoimunidade – a participação de antígenos endógenos na gênese da AR é controversa.

3. Hereditariedade – há maior prevalência de AR soropositiva nas famílias do que nos controles. Fatores ambientais podem ser pelo menos tão importantes como a herança na etiologia da AR.

Portanto, há a participação de outros fatores além da suscetibilidade genética, no aparecimento da doença (SANTOS, 1996):

4. Clima – maior prevalência de AR nos climas temperados. Baixa prevalência nos climas tropicais e nos Pólos.

5. Trauma – o aparecimento coincide freqüentemente com trauma em uma articulação, e as articulações lesadas são freqüentemente afetadas com maior gravidade do que as outras.

6. Fatores endócrinos – incidência maior em mulheres; remissões são comuns na gravidez; as exacerbações são comuns na menopausa; os hormônios adrenocorticotrófico1 (HACT ou ACTH) leva a uma acentuação da atividade da doença.

7. Fatores psicológicos – o aparecimento de AR se associa freqüentemente ao traumatismo psíquico (por exemplo: morte de um parente). Geralmente há agressividade reprimida, dificuldade de expressão dos sentimentos e os pacientes reagem de forma defensiva, ou podem sentir-se deprimidos ou super-dependentes.

1.Hormônio produzido pela adenohipófise.

O HACT age estimulando e liberando os hormônios das regiões corticais das glândulas suprarenais, particularmente cortisol e outros hormônios glicorticóides que são ativos no metabolismo dos carboidratos.

Quadro Clínico



De uma maneira geral, o quadro articular da AR é de instalação insidiosa, caracterizando-se por início gradual de dor, edema e rigidez em múltiplas articulações que progride de semanas a meses. Sua distribuição é simétrica, predominando em esqueleto apendicular e envolvendo principalmente as pequenas articulações das mãos e pés. Sintomas constitucionais tais como fadiga, malestar, febre e perda de peso, podem acompanhar as manifestações articulares supracitadas. (HARRIS apud SANTOS, 1996).

Embora o processo inflamatório sinovial inicial seja reversível, danos estruturais, potencialmente irreversíveis, tendem a instalar-se, em geral, entre o primeiro e o segundo ano da doença e a progredir ao longo do tempo. Os aspectos clínicos inerentes a essas alterações são marcados pela progressiva deterioração anatômica e funcional das articulações com a conseqüente repercussão na capacidade funcional do paciente (ANDERSON apud SANTOS, 1996).

Tratamento



A abordagem do paciente em um contexto multidisciplinar é um aspecto fundamental no tratamento da AR. Embora o controle da inflamação com a utilização de antiinflamatórios e drogas de ação lenta (ADL) constitua a base do tratamento, a fisioterapia, incluindo exercícios gerais e específicos, os programas educacionais e a atenção para fatores psicológicos são todas importantes para a melhora clínica do paciente (SANTOS, 1996). Os objetivos no tratamento da AR são: reduzir o processo inflamatório, prevenir ou minimizar o aparecimento das deformidades, manter o indivíduo produtivo e integrado na sociedade e conseqüentemente melhorar a sua qualidade de vida (MOREIRA & CARVALHO,1996).

Existem evidências de que tanto a intervenção farmacológica quanto a não-farmacológica, podem alterar no curso evolutivo da doença, diminuindo o ritmo de progressão da limitação funcional e, principalmente, melhorando a qualidade de vida dos pacientes (WOLFE, 1990).

A importância e contribuição do treinamento de força dinâmica na AR



Para GERBER (1990), todas as doenças articulares estão associadas a uma série de eventos como rigidez, a dor, deformidade articular dos tecidos moles, a atrofia muscular, o descondicionamento físico generalizado e a diminuição da função.

A redução da força muscular pode resultar da inatividade, da inflamação dos músculos, ou da inibição da contração muscular pela inflamação articular. Alguns medicamentos usados para tratar essas condições podem também contribuir para esta redução de força muscular.

Durante os últimos 20 anos, os pesquisadores têm feito uma grande quantidade de estudos sobre a eficácia dos exercícios de força e aeróbicos, no manuseio da artrite e dos sintomas músculos esqueléticos. Os dados das pesquisas mostram claramente que o exercício maximiza a amplitude de movimento (BRIGHTON et al, 1993), a força muscular (EKDAHL et al, 1990; LYNGBERG et al, 1994), a resistência (EKBLOM et al, 1975; MINOR et al, 1991), o alinhamento adequado das articulações, a função (SEMBLE et al, 1990) e a densidade óssea (ALOIA ET al, 1978).

Na fase inflamatória aguda, a articulação deve permanecer em repouso durante um curto período, junto com um tratamento antiinflamatório adaptado. Uma vez que o derrame da articulação e a inflamação tenham regredido, é possível dar início a um tratamento físico (MANIDI & MICHEL, 2001).

A prática da atividade física deverá ser sempre indolor, evitando-se longas séries com movimentos repetitivos que poderiam agravar a sintomatologia. O objetivo será de melhorar as capacidades funcionais nas atividades da vida cotidiana (MANIDI & MICHEL, 2001). NORDESJO et al apud FRONTERA (2001) relatam que os pacientes com AR são mais fracos do que seus parceiros saudáveis, aqueles com doença grave têm 33% a 55% menos força comparados com indivíduos saudáveis.

Pacientes com AR exibem atrofia das fibras musculares tipo I e II (SEMBLE et al, 1990). O que é exigido da musculatura relacionada com uma articulação artrítica é que ela efetue breves atividades de pressão dinâmicas ou estáticas, essenciais a funções básicas tais como levantar uma xícara de chá, levantar-se ou sentar-se, etc. Estas são basicamente funções de “levantamento de peso” associadas com atividades musculares do tipo II (glicolíticas, anaeróbicas) que são capazes de contrações resistivas fortes e curtas. Essas fibras são fortalecidas preferencialmente por contrações isométricas.

Os programas de fortalecimento podem ser estáticos ou dinâmicos, ou uma combinação de ambos. Estes levam à hipertrofia da fibra muscular e melhoram a força e a função articular em pacientes com AR (FRONTERA, 2001).

Os exercícios isométricos ajudam a prevenir a atrofia muscular; eles também produzem menos inflamação e menos alteração na pressão intra-articular do que outras formas ou exercício de resistência (HICKS apud FRONTERA, 2001).

O exercício isométrico deverá ser feito duas vezes ao dia durante a fase inflamatória, quando esta diminuir, poderá ser feito 5 a 10 vezes ao dia.

Assim que a dor e a inflamação diminuírem deverão ser incluídos contrações em diversas angulações.

Depois podem ser adicionadas resistências manuais ou com pesos (ACSM, 1998). MACHOVER & SAPECKY apud FRONTERA (2001) em estudo feito com pacientes de AR submetidos a um programa de exercício estático (ou isométrico) de sete semanas, onde os pacientes realizaram três contrações máximas com seis segundos de duração, três vezes por semana obteve-se um aumento da força estática do quadríceps de 23%, porém vários indivíduos relataram um aumento da dor articular com a contração máxima durante seis segundos.

Um programa de resistência apropriado para pessoas com AR resulta em um aumento da força muscular, melhora funcional e independência, e aumenta a massa muscular magra sem aumentar a dor ou a atividade da doença (ACSM, 1990).

O treinamento de resistência deverá envolver de 8 a 10 exercícios para os grandes grupamentos musculares. A intensidade deverá ser entre 40 a 50% de 1 (uma) repetição máxima (RM) com iniciantes, dependendo da resposta do paciente pode aumentar gradualmente esta intensidade em 60 a 80% de 1 RM. A duração recomendada para iniciantes é de 1 série de 4 a 6 repetições podendo chegar a 8 repetições, evitando a fadiga muscular. A freqüência de treinamento deverá ser de duas a três vezes por semana, com intervalo de descanso de 72 horas. A progressão da intensidade e duração no treinamento de resistência deve ser gradual para dar tempo de se adaptar (ACSM, 1998).

EVANS (1999) estabeleceu normas de prescrição do treinamento de resistência na população idosa, incluindo os grupos de pacientes com AR. De acordo com essas recomendações, treinamento de resistência deve estar dirigido aos grandes grupos musculares que são importantes na atividade da vida diária.

Em média são recomendadas 8 a 10 repetições por exercício, sendo que cada repetição deverá ser realizada lentamente, levando em torno de 2 a 3 segundos para levantar o peso e 4 a 6 segundos para abaixá-lo; numa freqüência de treino de duas vezes por semana. (FEIGENBAUM & POLLACK, 1999). O ideal é o uso de máquinas, já que o peso (ou carga) pode ser aplicado em níveis baixos e incrementando lentamente, protegendo a coluna lombar e diminuindo o risco de lesão, muitas vezes evitando a força de preensão nas mãos, reduzindo o risco de hipertensão induzida pelo exercício, movimentos em sua amplitude total, e não exigindo muito do equilíbrio ou manejo dos pesos pelos participantes.

Os incrementos de força muscular geralmente acontecem por volta da segunda e terceira semana de treinamento e os aumentos são em torno de 10 a 15% por semana, durante as primeiras oito semanas. (EVANS, 1999).

Em um estudo feito por EKDAHL et al (1990), separaram aleatoriamente pacientes com AR para um programa de seis semanas com exercícios dinâmicos ou estáticos. Um grupo fez exercícios dinâmicos com pesos e exercícios para melhorar o equilíbrio e a coordenação. O outro grupo fez exercícios de mobilidade articular e exercícios estáticos a nível submáximo.

Durante o período de seis semanas os pacientes do grupo que fez exercícios dinâmicos demonstraram um aumento de 30% na capacidade aeróbica e significativa melhora nos testes de força e resistência isométricos e isocinéticos comparados com os pacientes no grupo de exercício mestático. Embora o grupo tinha feito exercícios dinâmicos com uma intensidade relativamente elevada, seus sintomas articulares não pioraram. Os exercícios dinâmicos parecem superiores ao treinamento estático para promover a função muscular nas extremidades inferiores entre os pacientes com doença estável. Para avaliar o impacto de um programa de exercícios de intensidade sobre a força muscular, RALL et AL (1996), listaram 8 pacientes com AR, 8 jovens saudáveis e 8 idosos saudáveis num programa de 12 semanas de treinamento de resistência de baixa intensidade, enquanto dos 8 idosos, 6 realizaram exercícios de natação de aquecimento. Os resultados mostraram que os pacientes com AR bem controlada tiveram um aumento de 54 – 75% na força máxima dos grandes grupamentos musculares comparados com os controles, sem a exacerbação da atividade da doença, e estes pacientes também relataram significantes reduções da dor (21%) e fadiga (38%). Os jovens saudáveis tiveram um aumento de 44% e os idosos saudáveis de 35% da força muscular.

HÄKKINEN et al (2001) listaram 31 pacientes com AR de início recente para fazer um treinamento de força com o objetivo de avaliar o efeito em 2 anos deste programa no aumento da força muscular, na densidade mineral óssea (DMO), na função física, na articulação comprometida e na atividade da doença. Os 31 pacientes do grupo controle (AR de início recente) realizavam exercícios de alongamento (sem usar resistência) duas vezes por semana para manter a mobilidade articular. A força máxima dos grandes grupamentos musculares aumentou em 19-59% nos pacientes com AR que fizeram o treinamento de força e também tiveram significativas melhoras nos parâmetros de atividade da doença, sem alterações significativas na DMO.

O treinamento de resistência muscular deve ser preferido ao treinamento aeróbico na AR (FIATORE,1996), pois pode parar ou reverter a perda de massa muscular, sendo portanto preferência para a manutenção da capacidade funcional e independência (EVANS, 1999).



Conclusão



A literatura mostra que os pacientes com artrite reumatóide estável suportam os exercícios dinâmicos e estáticos, sendo que os primeiros conduzem a uma melhora acentuada na força e função muscular.

O treinamento de força dinâmica não está associado a ativação da doença, podendo ser prescrito sem receio para o paciente com AR.

O treinamento de força dinâmica melhora a capacidade funcional, reduz a taxa de hospitalização, reduz a incapacidade para o trabalho tendo, portanto um importante papel na melhoria de vários aspectos da qualidade de vida daqueles com AR.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:



ACSM Position Stand on Exercise and Physical Activity for Older Adults. Med Sci Sports Exerc, 30:992,1998.

ACSM Position Stand: the recommended quantity and quality of exercise for developing and maintaining cardiorespiratory and muscular fitness in healthy adults. Med. Science sports Exerc., 22:265-274,1990.

FLECK,S.T e Kraemer, W.J. fundamentos de força muscular. Porto Alegre. 2.ed. Artes médicas Sul Ltda, 1999.

FRONTERA, Walter R., DAWSON, David M., SLOVIK, David M. Exercício Físico e Reabilitação. Porto Alegre, Artmed, 2001.

GOLDING, Douglas N. Reumatologia em Medicina e Reabilitação. São Paulo, Atheneu, 1991.

MANIDI, M.J. & Michel, J.P. Atividade física para adultos com mais de 55 anos. 1.ed. São Paulo: Manole, 2001.

MARQUES NETO, J.F; GONÇALVES, H.T. et al: Estudo multicêntrico da prevalência da artrite reumatóide do adulto em amostras da população brasileira. Rev. Bras. Rheumatol. 33:169-173,1993.

MOREIRA, C. & Carvalho, M.A.P. Noções práticas de reumatologia. Belo Horizonte, v.2,1996 NIEMAN, David C. Exercício e saúde. São Paulo: Manole, 1999.

Journal of Clinical Investigation, 93:2379-2386,1994 SANTOS, Wilton Silva. Valor diagnóstico e significado clínico do fator antiperinuclear e anticorpo antiestrato córneo na artrite reumatóide. Tese de Doutorado. São Paulo: Universidade Federal de São P

segunda-feira, 15 de março de 2010

Chá verde pode ajudar contra artrite reumatóide, indica estudo


© 2008 Bibliomed, Inc.

O consumo de chá verde pode ajudar a proteger contra artrite reumatóide – doença inflamatória das articulações que afeta cerca de um milhão de brasileiros –, segundo estudo do Centro Nacional para Medicina Complementar e Alternativa dos Estados Unidos.

A condição é caracterizada por dores nas juntas, rigidez, inflamação, inchaço e, algumas vezes, por danos graves às articulações. E o tratamento padrão inclui drogas antiinflamatórias não-esteróides, cujo uso prolongado pode causar efeitos adversos e desconfortos.

O novo estudo, realizado por pesquisadores das universidades de Maryland e Rutgers, nos Estados Unidos, indica que o chá verde pode ter essa mesma propriedade antiinflamatória, mas sem os inconvenientes das drogas que tratam a artrite.

Os pesquisadores examinaram os efeitos dos compostos antioxidantes do chá, chamados polifenóis, em ratos. Alguns animais consumiram o chá em sua água, enquanto outros tomavam água pura de uma a três semanas antes de serem injetados com uma proteína (Bhsp65) que induzia a artrite. E eles descobriram que o chá verde reduzia significativamente a severidade da artrite.

De acordo com os cientistas, o chá verde provoca mudanças nas respostas imunológicas relacionadas à condição inflamatória. Os resultados indicaram que o chá suprime a citocina IL-17 (substância inflamatória) e anticorpos para a proteína Bhsp65, além de aumentar a produção da citocina IL-10 (substância antiinflamatória).

Baseados nos resultados, eles recomendam que o uso da bebida seja explorado como uma terapia complementar aos tratamentos convencionais para o controle da artrite reumatóide.

Fonte: National Center for Complementary and Alternative Medicine. Dezembro de 2008

quinta-feira, 11 de março de 2010

COMO CONTROLAR A ARTRITE REUMATÓIDE

Como controlar a artrite

Não há prevenção nem cura para a artrite reumatoide, entretanto existem alguns cuidados para controlar a doença. É importante que o diagnóstico seja feito no início, pois é muito importante que ela seja tratada quando ainda não existe nenhuma lesão. Outro meio de controlar a doença é a combinação de uma dieta balanceada com a prática de exercícios físicos. A alimentação ajuda a combater a osteoporose e os exercícios diários contribuem para fortalecer a musculatura ao redor das articulações, diminuindo assim o desconforto.

quarta-feira, 10 de março de 2010

ARTRITE REUMATÓIDE

A artrite reumatóide é uma doença inflamatória crônica de origem auto-imune que acomete principalmente articulações sinoviais, causando dores, deformidades progressivas e incapacidade funcional.

* Tudo sobre artrite reumatóide
o Sintomas
o Causas
o Diagnóstico
o Tratamento


É uma doença muito freqüente, aproximadamente 10% dos problemas em articulações são devido à artrite reumatóide.

As mulheres são duas vezes mais afetadas do que os homens e sua incidência aumenta com a idade.

Com a progressão da doença, os indivíduos portadores de artrite desenvolvem incapacidade para realização de suas atividades tanto de vida diária como profissional, além da redução da expectativa de vida tanto em homens como em mulheres.

Apesar de ser uma doença sem cura, existem tratamentos eficazes para o seu controle, e muitos reumatologistas estão desenvolvendo estratégias terapêuticas mais poderosas e agressivas contra a artrite reumatóide.

O diagnóstico precoce é essencial para iniciar o tratamento da artrite antes do surgimento de danos mais severos.

Índice
Sintomas da artrite reumatóide

Os sintomas iniciais da artrite reumatóide são:

* Mal estar;
* Febre baixa;
* Suores;
* Perda de apetite;
* Perda de peso;
* Fraqueza;
* Humor deprimido ou irritado;
* Dores nas articulações, na maioria das vezes de forma simétrica, ou seja, nos dois lados do corpo;

Com o tempo, os sintomas da artrite tornam-se mais acentuados:

* Articulações com sinais evidentes de inflamação: dor, inchaço, calor, vermelhidão, rigidez mais intensa após despertar;
* A inflamação acomete pelo menos três articulações;
* Aumento dos gânglios,
* Anemia;
* Nódulos subcutâneos.

Qualquer articulação sinovial pode apresentar a inflamação da artrite reumatóide, as mais comuns são:

* Mãos;
* Joelhos;
* Pés;
* Cotovelos;
* Ombros;
* Têmporo-mandibular;
* Coluna cervical.

As principais complicações da artrite reumatóide são:

* Deformidades progressivas;
* Perda de função da região acometida;
* Desgaste das articulações (artrose);
* Ruptura de tendões;
* Instabilidade da coluna cervical.

Quando envolve outros órgãos, a morbidade e a gravidade da doença são maiores, podendo diminuir a expectativa de vida em cinco a dez anos.

Índice
Causas da artrite reumatóide

A artrite reumatóide acomete homens e mulheres de todas as idades, porém é duas a três vezes mais freqüente em mulheres.

A maior incidência da artrite ocorre em pessoas entre 50 e 70 anos.

A doença artrite reumatóide é auto-imune, ou seja, é causada quando as células do sistema imunológico passam a atacar as juntas e articulações do próprio corpo. Esta reação auto-imune leva a inflamação progressiva dos tecidos que revestem as articulações causando danos em cartilagens, ossos, tensões e ligamentos próximos às juntas. Gradualmente a articulação perde sua forma e alinhamento, podendo até ser completamente destruída.

Índice
Diagnóstico da artrite reumatóide

O diagnóstico da artrite reumatóide é feito pelo médico por meio de uma consulta com uma história e exame físico completos, que incluem busca de sintomas de atividade da doença, avaliação do estado funcional atual evidências objetivas de inflamação articular, problemas mecânicos articulares, presença de comprometimento extra-articular e de lesão radiográfica.

O médico poderá solicitar exames complementares que incluem:

* Hemograma completo;
* Velocidade de hemossedimentação;
* Função renal;
* Enzimas hepáticas;
* Exame qualitativo de urina;
* Fator reumatóide;
* Análise do líquido intra-articular;
* Radiografia das articulações das mãos, dos pés e das demais articulações comprometidas.

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Tratamento da artrite reumatóide

O diagnóstico precoce e o início imediato do tratamento são extremamente importantes para o controle adequado da artrite reumatóide, prevenindo a incapacidade funcional e lesão articular irreversível.

Em torno de 75% dos pacientes portadores de artrite reumatóide apresentam melhora quando são tratados com baixas doses de medicações durante o primeiro ano da doença, no entanto, pelo menos 10% dos pacientes apresentam pouca resposta, sofrendo incapacitação pela doença.

Os objetivos principais do tratamento são:

* Prevenir ou controlar a lesão articular;
* Prevenir a perda de função;
* Diminuir a dor e maximizar a qualidade de vida.

Tratamento não medicamentoso para artrite reumatóide

O papel do repouso deve ser enfatizado, evitando-se imobilização prolongada que pode piorar o quadro. O repouso total durante um curto período de tempo pode ser benéfico para pacientes com doença grave e dolorosa. Já para pessoas com sintomas leves e moderados, períodos regulares de repouso são recomendados.

A estratégia terapêutica deverá contemplar períodos alternados de atividades e repouso.

A imobilização ou restrição dos movimentos tem como objetivo aliviar as dores pela estabilização articular, contenção e realinhamento. Sua utilização deve ser feita mediante orientação médica.

Exercícios envolvendo atividade aeróbica, exercícios de resistência, alongamento e relaxamento, devem ser estimulados observando-se os limites individuais e a atividade da artrite. Exercícios e fisioterapia oferecem maior sucesso quando iniciados após a inflamação ter sido tratada e controlada.

Existem acessórios que auxiliam os pacientes com artrite reumatóide a realizar as tarefas diárias, tais como sapatos ortopédicos mais confortáveis.
Tratamento medicamentoso para artrite reumatóide

O tratamento com medicamentos para artrite reumatóide varia de acordo com o estágio da doença, sua atividade e gravidade.

Sintomáticos

Para o controle da dor e do processo inflamatório articular, uso de antiinflamatórios não esteroidais e também doses baixas de corticóides utilizados de forma intermitente, particularmente em pacientes com doença de difícil controle.

Pacientes em uso prolongado de corticóides devem receber suplementação de cálcio (1.500mg/dia) e vitamina D (800UI/dia).

Medicamentos que modificam o curso da doença

Estas drogas representam o verdadeiro tratamento da artrite reumatóide, pois atuam processo patológico para ajudar a prevenir complicações e incapacidade. Dentre estas, estão incluídas sulfassalazina, hidroxicloroquina, metotrexato, azatioprina, sais de ouro, penicilamina, ciclofosfamida e ciclosporina.

Agentes biológicos

Novas drogas modificadoras do curso da doença, derivadas da biotecnologia, foram desenvolvidas para atuar contra elementos responsáveis pela instalação e progressão da artrite reumatóide. Entre este, incluem medicamentos como infliximabe, etanercept, adalimumab.